Abordar a educação financeira desde a infância não é uma tarefa somente dos pais, dos responsáveis ou da escola: é uma construção conjunta que vai fortalecendo e criando consciência na criança para que ela estabeleça uma relação saudável com o dinheiro por toda vida.
1. Comece explicando como se usa o dinheiro
Explicar para as crianças que muitas coisas custam dinheiro é o primeiro passo da educação financeira. Uma dica é apresentar, aos pouquinhos, o valor das coisas, de forma bem direta e fácil. Por exemplo, no supermercado, mostre uma nota de R$ 10 para as crianças. Então, ensine que com esse valor é possível comprar alguns itens, como o leite, a manteiga e o pãozinho.
Também é importante enfatizar o que não se pode comprar com essa mesma quantia. A ideia é que a criança entenda, gradualmente, que as coisas que consumimos e compramos têm um custo e que ele varia. A partir daí, é possível introduzir conceitos como “caro” e “barato”, por exemplo.
2. Ensine de onde vem o dinheiro
Para as crianças pequenas, a fonte do dinheiro pode ser bastante utópica. Inclusive, é bem comum que os pequenos acreditem que o cartão de crédito , por exemplo, é uma fonte infinita de dinheiro. No entanto, é importante que os pais expliquem que eles ganham dinheiro por meio do trabalho e só assim conseguem comprar as coisas da casa.
Vale contar que esse mesmo dinheiro é, então, guardado em um banco. Portanto, o cartão nada mais é do que um instrumento para pegar o dinheiro do banco . Dessa forma, é possível explicar por quais motivos não podemos gastar mais do que ganhamos. Além disso, ensina sobre o valor do trabalho e das nossas responsabilidades. Estes são os primeiros conceitos — e mais básicos também — da educação financeira infantil.
3. Mostre que usar o dinheiro exige escolhas
Um dos pontos principais para as crianças entenderem mais sobre o dinheiro é compreender que são necessárias concessões. Ou seja, uma certa quantia de dinheiro permite apenas determinada compra. Assim, se seu pequeno ou pequena quer comprar um doce, terá que escolher entre o sorvete ou a barra de chocolate , por exemplo.
Agora, se ele ou ela quiser um brinquedo, precisará juntar uma certa quantia de dinheiro. E, nesse momento, entra também o conceito de “poupança”. Assim, aos poucos, apresente as opções para as crianças fazerem suas próprias escolhas, estimulando-as a praticar o consumo consciente . Ainda, ensine-as a planejar para conseguir comprar as coisas que desejam.
4. Cofrinho ajuda!
Para ajudar as crianças a juntar moedas e poupar dinheiro e tornar a educação financeira para crianças mais tangível, uma ótima ideia é usar um potinho ou um cofrinho . Melhor ainda se este objeto for transparente, pois ajuda os pequenos a verem o dinheiro sendo acumulado. Em seguida, incentive-o a estabelecer objetivos para aquela quantia de dinheiro. Assim, a criança pode juntar dinheiro para comprar um brinquedo ou realizar um passeio, por exemplo.
Então, quando o objetivo for atingido, comemore o esforço . Juntar não é fácil, ainda mais para crianças, que ainda estão desenvolvendo sua noção de tempo. Vale ressaltar todo empenho!
5. E as mesadas?
As mesadas podem ser uma boa oportunidade para as crianças maiores aprenderem a juntar dinheiro para gastá-lo com responsabilidade. Contudo, é importante definir um valor que seja condizente com a idade. Alguns profissionais recomendam a mesada apenas a partir dos seis ou sete anos, quando a criança já tem uma boa noção dos números e está realizando atividades matemáticas .
No entanto, crianças menores podem ter alguma renda, vinda de presentes de familiares ou de um dinheirinho ao longo da semana, por exemplo. Novamente, o ideal é definir um valor conforme a idade, considerando a maturidade financeira da criança.
6. Ensine seus filhos a doar
Com a responsabilidade financeira vem também a responsabilidade social. Ensinar seu filho ou filha a doar é bastante importante para as crianças poderem construir sua consciência social, desenvolver a empatia na infância e para ensinar a criança a dividir.
Além disso, a doação pode acontecer por meio do dinheiro ou não. Afinal, uma possibilidade é doar brinquedos, roupas e livros, por exemplo. De qualquer forma, toda doação auxilia também a educação financeira para crianças.
7. Cumpra os combinados
Por vezes, pode ser difícil ver seu filho ou filha chorando por querer um presente, ou um doce, por exemplo. Porém, é importante cumprir com os combinados — afinal, ensinar educação financeira para crianças também passa por esses momentos. Ou seja, se vocês acordaram que aquele dinheiro seria para a sobremesa e a criança gastou a quantia em um brinquedo , siga o combinado.
Explique, de forma gentil e firme, que o dinheiro exige escolhas. E que, neste caso, ele não poderá comprar também a sobremesa, pois já gastou o dinheiro com outra coisa. Pode parecer duro, mas é realmente importante que seu filho siga os combinados. E mais: entenda que, principalmente o dinheiro, não é infinito .
8. Inclua as crianças em alguma decisão financeira
É possível incluir as crianças no cotidiano da casa, por meio da divisão de tarefas domésticas, por exemplo. E que tal fazer o mesmo nas decisões financeiras da família? Inclua as crianças nas idas ao mercado, peça a opinião delas na hora de escolher um passeio ou até a assinatura de um produto. O importante é incluí-los nas decisões, explicando como funciona o orçamento familiar .
Ainda, dividir as responsabilidades é uma maneira para as crianças sentirem-se parte atuante da família. E não se esqueça de abrir espaço para perguntas! Questione o que os pequenos ou pequenas acreditam que deveria ser incluído ou até sair dos gastos. Dessa maneira, você incentiva a participação ativa das crianças e estimula o pensamento crítico , fortalecendo a consciência da educação financeira infantil.