Ao longo de duas décadas, o mercado de ETFs no Brasil evoluiu significativamente em termos de número de investidores, quantidade de fundos e diversificação.
O Primeiro ETF Brasileiro
O primeiro ETF brasileiro, o PIBB11 (Papéis Índice Brasil Bovespa – 50), completa 20 anos. Lançado em 15 de julho de 2004 pela Itaú Asset, este fundo visa acompanhar o IBrX 50, um índice que reflete o desempenho dos 50 ativos mais negociáveis e representativos do mercado de ações brasileiro.
O PIBB11 foi desenvolvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com a Bovespa (atualmente B3) e os bancos Itaú, Goldman Sachs e JP Morgan. No seu lançamento, o BNDES garantiu a recompra do produto um ano depois pelo mesmo valor adquirido.
Renato Eid, líder de Estratégias Beta & Investimento Responsável na Itaú Asset, explica que o PIBB11 é uma estratégia de renda variável que segue o IBrX 50, um índice eficaz para investimentos em renda variável. Eid destaca a taxa de administração de 0,06% ao ano do primeiro ETF brasileiro, significativamente menor do que a taxa tradicional de 2% mais 20% de performance dos fundos de ações.
Crescimento do Mercado de ETFs no Brasil
Em 20 anos, o mercado de ETFs no Brasil cresceu em número de investidores, quantidade de fundos e diversificação. Segundo Thalita Forne, superintendente de Produtos Listados da B3, o setor passou de R$ 400 milhões investidos e um volume médio diário de R$ 600 mil em 2004 para mais de R$ 48 bilhões investidos, com uma média diária de R$ 1,4 bilhões e mais de 500 mil investidores atualmente. O número de investidores mais que dobrou em pouco mais de três anos, e hoje, 10% dos investidores de bolsa possuem um ETF. A B3 oferece 97 ETFs e 233 BDRs de ETF, totalizando 300 ativos listados.
Forne destaca que, apesar dos bons números, há espaço para crescer. A B3 investe em ações de educação financeira, apoio a corretoras de varejo e colabora com formadores de mercado para aumentar a liquidez. Nos Estados Unidos, os ETFs representam 30% do volume médio diário de negociação em ações, enquanto na Europa e Ásia representam cerca de 12%. No Brasil, representam apenas 6%, o que indica um grande potencial de crescimento à medida que mais pessoas conhecem e entendem os benefícios dos ETFs.
Vantagens dos ETFs
Os ETFs são eficientes, flexíveis e negociáveis. Eles refletem algum índice e entregam estratégias prontas com objetivos variados. Com uma única aplicação, o investidor acessa uma estratégia sofisticada, gerida profissionalmente, a um custo baixo e com poucos cliques, afirma Thalita Forne.
Renato Eid destaca que a principal vantagem dos ETFs é a diversificação por meio de uma cesta de ações ou títulos de renda fixa em uma única operação. Há ETFs para diversas estratégias, incluindo criptomoedas, ações, renda fixa, setor imobiliário, commodities e opções.
No ano passado, foi lançado o primeiro ETF com distribuição de dividendos, atraindo muitos investidores individuais. Além disso, as cotas dos ETFs são negociadas na bolsa, proporcionando liquidez ao investidor.